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Agronegócio em 2022: O que esperar?
Em 2021 o Brasil passou pela pior crise hídrica (e energética) dos últimos 91 anos. E isso, consequentemente, afetou o agronegócio.
O agronegócio é responsável por cerca de metade das exportações do Brasil atualmente. Mas, mesmo o setor em expansão e com recordes de produção e geração de receita nos últimos anos, em 2021 ficou abaixo das expectativas, principalmente por conta da crise hídrica.
Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), no auge da seca em setembro, os reservatórios do subsistema Sudeste e Centro-Oeste – que representam 70% de toda a geração de energia do país – registraram apenas 16% da sua capacidade. O volume aproximado para um pleno funcionamento é de aproximadamente 80%.
Todavia, nem todos tiveram prejuízos. Os preços altos das commodities no exterior e o real desvalorizado permitiram que produtores tivessem uma receita boa a partir das exportações internacionais. Mesmo com um volume menor, os preços mantiveram as receitas.
Outro destaque negativo foi o aumento do desmatamento ilegal da Amazônia, que contribuiu para que a imagem do agronegócio ficasse associada a esse desmatamento.
Perspectiva para 2022
Para 2022 especialistas apontam melhorias e um cenário muito mais positivo.
Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), coordenado pela professora Silvia Matos, premedita que o agronegócio brasileiro deve crescer 5% até o fim do ano.
A expectativa é fruto de um cenário climático mais favorável. Sendo assim, o agronegócio deve ajudar positivamente a economia e o comércio brasileiro.
Entretanto, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) já estima que os custos de produção devem ser os maiores da história para o setor.
O professor e integrante do FGV Agro, Felippe Serigati, avalia que as maiores causas para isso são fatores externos e a alta nos preços de insumos e fertilizantes.
O impacto pode ser menor para a safra de verão, mas para a segunda safra pode ser um desafio.
Do ponto de vista da legislação, as empresas do agronegócio terão de cumprir com novas regulações sobre o registro de CPRs (Cédulas do Produtor Rural).
Desde o dia 1º de janeiro de 2022, conforme a Resolução CMN n° 4.927, passa a valer a obrigatoriedade de registro ou depósito centralizado de CPRs com valor igual ou superior a R$ 250 mil. A regulação pode afetar uma porcentagem grande do mercado, incluindo pequenos produtores e cooperativas.
Já falando sobre tecnologias, para este ano de 2022 uma expansão da agricultura de precisão é esperada. Por envolver uma série de tecnologias, ela está em constante evolução e veremos cada vez mais a utilização de sistemas de gestão de processos no campo.
Além disso, recursos tecnológicos e de I.A (inteligência artificial) estarão mais presentes, trazendo uma melhor eficiência de manejo e produção.
As incertezas na economia brasileira também devem influenciar o agronegócio neste novo ano. A expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça em ritmo lento, ficando 3% a 5% abaixo do crescimento registrado em 2021.
Outro aspecto positivo para o setor agro foi o salto em inovação e soluções digitais, que deve aumentar ainda mais em 2022.
Desde o uso de equipamentos que captam imagens por drones e satélites até o geoprocessamento e inteligência artificial, a expectativa é que tecnologias passem a fazer ainda mais parte do campo, atendendo suas necessidades e melhorando resultados.