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Hidrogood News: A escolha do espaçamento adequado em hidroponia
Por: Dr. Gláucio da Cruz Genuncio, especialista em Nutrição Mineral de plantas.
Uma das grandes dúvidas que surgem ao pensar em implantar um projeto hidropônico é a escolha do espaçamento adequado para o cultivo de hortaliças em sistema hidropônico, principalmente quando existe um planejamento técnico e financeiro que preceda o projeto, uma vez que o adensamento de plantas (em função da redução dos espaçamentos) é uma ferramenta importante para determinação de despesas e receitas da hidroponia e responderá a questão que nos indaga constantemente: A hidroponia tem retorno de investimento em quantos anos? Assim como: A hidroponia é lucrativa?
Em função disto, este Hidrogood News tem por objetivo esclarecer alguns pontos importantes quanto ao tema supracitado.
Para melhor entendimento da variabilidade quanto a espaçamentos em hortaliças cultivadas em hidroponia, em uma breve consulta ao Boletim 180 de Prof. Dr. Furlani e colaboradores, constata-se uma gama de espaçamentos das culturas comumente plantadas em hidroponia (dados para a fase final), tais como: recomendação da alface a ser conduzida em espaçamentos com faixa entre 25 a 35cm nas linhas de cultivo (perfis) e 25 a 35cm nos espaçamentos entre plantas (nos perfis, entre plantas). Assim, percebam que para alface há uma variação de 10 cm tanto na no espaçamento entre plantas, quanto no espaçamento entre linhas de cultivo.
Já para a rúcula e o almeirão, o Boletim 180 recomenda espaçamentos entre 10 a 20cm entre plantas e, 10 a 20cm entre linhas; para salsa, coentro e cebolinha é recomendado um espaçamento de 10 a 15 cm entre plantas e 10 a 15 cm entre linhas. Diferindo um pouco, temos o espaçamento do agrião, recomendado para 12,5 a 20 cm entre plantas e 12,5 a 20 cm entre linhas.
É importante ressaltar que tais informações geram dúvidas na escolha do melhor espaçamento a ser adotado no projeto e, estas dúvidas, remetem, por exemplo na escolha da quantidade de furos a serem adotados por m2 de estufa agrícola.
Pois bem. Mediante ao exposto, qual seria o espaçamento para alface, por exemplo, que você caro leitor escolheria?
Para respondermos esta indagação vamos ao cerne da questão. Qual é o motivo da adoção de uma distribuição espacial de uma espécie em uma área?
Sem quaisquer dúvidas, o motivo é o aproveitamento máximo da energia solar radiante. Este é o principal motivo da preocupação quanto a quantidade de plantas dispostas em uma área. Assim, plantas mais eretas, tais como, a salsa, a cebolinha e o coentro podem ser mais adensadas (espaçamentos menores). Por outro lado, a rúcula, o almeirão e o agrião ocupam espaços intermediários, e consequentemente, devem ser mais espaçadas. Já o formato tipo roseta da alface induz a escolha de espaçamentos maiores.
Agora vamos às exceções: o porte da rúcula é determinado pela finalidade de uso (sob a minha ótica, está em função de uma demanda mercadológica), pois restaurantes, por exemplo, preferem um porte menor, assim, o dimensionamento no espaçamento de 10 cm entre linhas e 15 cm entre plantas, via de regra, atenderá ao seu público alvo. Já a rúcula comercializada ao consumidor final (cadeias varejistas) tende a ser exigida com maior porte de comercialização, assim, um espaçamento de 12,5 cm entre linhas e 20 cm entre plantas tende a melhor atender a demanda deste público alvo.
Cabe neste contexto ressaltar que a rúcula a ser conduzida na fase final com 22 a 25 dias e, em um espaçamento menor dará problemas com um possível amarelecimento nas folhas velhas (um processo natural denominado senescência), demandando mão de obra para a limpeza antes do empacotamento e, consequentemente, elevando o custo de produção.
Outro exemplo prático é o dimensionamento do espaçamento adequado para a a produção de alfaces gourmet (por exemplo, Salanova), principalmente em Sistema HPM, pois há uma demanda de maior adensamento em função do porte deste tipo de alface ser menor.
Assim, podemos destacar como ponto positivo para estas informações: se o produtor tiver um objetivo claro do público alvo a ser atendido e do produto a ser produzido, a possibilidade de aumento de ganhos é real em hidroponia, uma vez que o adensamento (redução dos espaçamentos) neste sistema favorece o aumento de plantas por m2 e, consequentemente, de produtividade.
O ponto negativo a ser destacado é a possível ausência de um plano de negócios que preceda a implantação do projeto. Esta ausência é muito comum para quem está iniciando na hidroponia, mas com a gradativa profissionalização do setor, este estudo prévio será o divisor de águas para a obtenção da rentabilidade máxima na hidroponia. Com isso, antes de fazer a aquisição do material, o estudo (plano de negócios) e a consulta da Hidrogood são fatores determinantes para o investimento em seu projeto hidropônico.
Espero que tenham gostado e até o próximo Hidrogood News.