HG NEWS: Como utilizar a teoria da trofobiose no cultivo hidropônico?
A incidência de pragas e doenças, assim como uma baixa tolerância ao estresse hídrico são exemplos de respostas fisiológicas correlacionadas a um inadequado estado nutricional das plantas cultivadas em hidroponia. Entretanto, a boa notícia é que parte desta expressão é transicional, ou seja, pode ser “consertada” adequando-se a nutrição mineral às demandas por estádios das culturas conduzidas em sistema de cultivo hidropônico.
Em função disto, este Hidrogood News objetiva: conceituar trofobiose; discutir a relação da trofobiose com problemas de alta incidência de pragas e doenças em cultivo hidropônico e, ressaltar a importância de um adequado manejo nutricional nos cultivos hidropônicos.
Segundo diversos autores, a palavra “trofobiose” significa: a existência da vida em função da nutrição imposta a planta cultivada, sendo “trofo” de origem grega (“trofé”) a qual significa alimento associada a crescimento, e “biose”, também de origem grega (“biosis”), da qual representa a vida.
Assim, a trofobiose é postulada, de acordo com (Chaboussou, 1967; 1980; 1985), como a teoria que relaciona o crescimento e melhor adequação fisiológica da planta a uma “alimentação adequada da mesma”.
Essa teoria, inclusive, é de cabível comparação à alimentação humana e, consequentemente, aos problemas de saúde relacionados a ela.
O conhecimento de algumas variáveis agronômicas é de fundamental importância para se entender a incidência de pragas e doenças em hortaliças e sua relação com a trofobiose. Variáveis como: temperaturas altas, alta e baixa umidades, alta incidência de radiação solar, além do excesso ou falta de nutrientes nos distintos estádios de crescimento de plantas e do déficit hídrico, causado pelo uso inapropriado da irrigação afetam diretamente a fisiologia da planta e, consequentemente, as tornam atrativas ao ataque de pragas e doenças.
Tanto o conhecimento quanto o monitoramento e controle destas variáveis em sistemas hidropônicos se tornará uma ferramenta de fundamental importância para a obtenção de um maior equilíbrio nutricional e de resistência ao ataque de pragas e doenças.
Com isso, é plausível supor que não adianta aplicar adubos para atender a uma demanda nutricional, se a cultura está crescendo em um ambiente com extremo calor e falta de água, pois ela não alcançará o seu pleno equilíbrio nutricional e, se tornará atrativa a determinadas pragas e doenças.
O excesso de calor e radiação solar, associada à redução da taxa fotossintética e disponibilidade de nitrogênio no sistema, poderá induzir a uma planta de alface, por exemplo, a acumular nitrato. Sendo que este acúmulo de nitrogênio e aminoácidos livres na alface favorece, de acordo com a trofobiose, a um desequilíbrio nutricional, que consequentemente desencadeará uma atração à pragas e à doenças, tais como: pulgão, ácaro, tripes, mosca branca, minadora de folhas, além de botrytis, fusariose, antracnose, pythium. Pode-se assim dizer que: “todo organismo vegetal fica vulnerável à infestação de pragas e doenças quando há excessos de aminoácidos livres e açúcares redutores no sistema metabólico”.
É importante ressaltar que o acúmulo de nitrato em alface pode ocorrer em distintos sistemas, sejam os sistemas convencional, orgânico e hidropônico.
Na agricultura atual, a utilização de produtos denominados biopromotores vem se expandindo, sendo estes bastante aplicáveis à hidroponia. O uso dos biopromotores é importante nestes sistemas, pois sua ação tem como foco a melhoria na resposta fisiológica da planta, seja na indução de resistência, atuando como protetores, seja na promoção do crescimento, a partir de ações como reguladores do crescimento vegetal.
É sabido que o uso de biopromotores objetivando a redução da deficiência de cálcio e a um melhor balanço nutricional entre nitrogênio e potássio (relação N/K) é de fundamental importância a dar resistência às plantas quanto ao ataque de pulgão e larva minadora, como em alfaces lisa e lisa e americana, por exemplo.
Esta resistência induzida em hortícolas baseia-se tanto na promoção de uma resistência mecânica ao pulgão, a partir da melhor estruturação da parede celular (maior disponibilização de pectato de cálcio e ação do silício), além de um equilíbrio metabólico, a partir de um menor acúmulo de nitrogênio no vacúolo, fato este que atrai a praga, pelo excesso de aminoácidos livres e de açúcares redutores no sistema metabólico (trofobiose).
Assim, a adoção de nutrição equilibrada, a partir do monitoramento diversas variáveis produtivas (microclimáticas, aplicação de água), com associação a respostas das plantas (análises e diagnósticos foliares) é peça chave para o sucesso na redução e controle de pragas e doenças nos cultivos hidropônicos.
Espero que tenha gostado deste Hidrogood News e até a próximo!
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