HG NEWS: ESCOLHA ADEQUADA DOS FILMES AGRÍCOLAS EM FUNÇÃO DAS PROPRIEDADES RADIOMÉTRICAS
O entendimento da radiação solar na dinâmica da produção de hortaliças em ambiente de cultivo protegido é fator preponderante para que possamos fazer uma discussão do tema proposto neste Hidrogood News.
Qual a radiação ideal?
A radiação solar é importante para que as plantas cresçam e, para tal, as mesmas selecionam (absorvem) comprimentos de ondas específicos; dos quais estão próximos às bandas do azul e vermelho. Somando-se a isto, às plantas cultivadas em hidroponia o que importa, de modo geral, é um fluxo de luz (irradiância) entre 1.200 a 1.400 µmol fótons por m2 por segundo, em fase final de cultivo. Observem que tratamos neste parágrafo de dois parâmetros: um de natureza qualitativa e outro de natureza quantitativa. Ressalta-se ainda que estas variáveis podem ser mensuradas a partir do uso de equipamentos específicos, entretanto são pouco utilizados no Brasil atualmente.
Qual filme é ideal para meu cultivo?
Ao abordamos a importância do conhecimento das características radiométricas para a escolha de filmes agrícolas a serem aplicados no projeto hidropônico, devemos estudar: a localização regional ao qual projeto será implantado, o formato da estufa, o posicionamento e a velocidade do vento e, principalmente, a necessidade de radiação fotossinteticamente ativa (RAF) demandada pela cultura a ser implantada. Estas variáveis perfazem um conjunto de informações a serem obtidas para uma excelente estruturação do projeto. Adicionalmente e especificamente, o estudo quanto a ocorrência das principais pragas e doenças locais também servirá de informação adicional para a escolha do filme agrícola, sendo este um assunto que abordaremos adiante.
Ao escolhermos um filme, devemos observar que a durabilidade, o que é fator de tomada de decisão importantíssimo, pois em média, um filme agrícola pode durar de 3 a 4 anos, e que após a este tempo, ocorre uma redução da taxa de transmissividade do filme; ou seja, “entra menos luz na estufa em estufas com plástico velho”, o que vai reduzir o crescimento e/ou a formação de frutos das plantas expostas a este ambiente de cultivo. Também a constatação que o filme agrícola está sujo (com poeira) remete a decisão da lavagem dele e, isto geralmente é realizado por produtores aqui no Brasil nos meses que antecedem ao período chuvoso, uma vez que as nuvens reduzem a radiação que chega a superfície terrestre.
Outro fator importante é a adoção de filmes agrícolas com aditivos para se evitar a condensação de água em sua superfície, estes denominados filmes agrícolas antigotejo, uma vez esta película pode atrapalhar a entrada de radiação no interior das estufas agrícolas. Pode-se destacar também os filmes difusores de luz, sendo estes os mais utilizados no Brasil, ao ganharem notoriedade a partir de 2009, em função da ampla recomendação técnica. Por outro lado, talvez em locais específicos, estes não sejam os mais recomendados dada a possibilidade de outras variáveis mais importantes a serem controladas.
Filmes anti-pragas
Uma outra linha que vem ganhando mais força na escolha do filme agrícola é a adoção de filmes anti-pragas. Estes filmes são de tecnologia interessante, uma vez que percebeu-se que a redução, por opacidade, da entrada da radiação ultravioleta (UV) nos cultivos protegidos diminuem a incidência de Botrytis cinerea, fungo chave a ser controlado no cultivo do morangueiro hidropônico. Assim como atuando na redução (populacional e de movimentação dentro do ambiente) de Frankiliniella occidentalis (Tripes) e, consequentemente, redução do vírus TSWV (Tomato Spotted Wilt Tospovirus) e demais problemas, principalmente com alface, além da redução de Bremisia tabaci (Mosca branca) e, o geminivirus (Begomovirus), algo que os produtores de tomate sempre se preocupam, por possibilitarem perdas que podem chegar a 100% na tomaticultura.
Assim, o estudo e a pesquisa junto a Hidrogood para se ter um alicerce quanto a escolha do melhor filme agrícola é o ponto de destaque desta edição.
Espero que tenham apreciado e estaremos de volta em abril!