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Ambiente de cultivo protegido. Manejo microclimático
O conhecimento das características climáticas de uma região é procedimento obrigatório para o estabelecimento de um calendário de plantio na horticultura. Características como temperaturas máximas e mínimas, termoperiodicidade anual e diurna (variações de temperatura diurna e noturna), umidade relativa (UR%), fotoperíodo (comprimento do dia em 24 horas), irradiância, chuvas, ventos, geadas devem ser observadas para a escolha de qual época é a mais favorável para um determinado grupo de hortaliças.
Por outro lado, o uso de cultivo protegido amplia a possibilidade de plantio em épocas menos favoráveis a uma dada cultura, como por exemplo, o pepino em plantio de inverno, uma vez que esta olerícola é altamente susceptível às temperaturas baixas.
Assim, ao se projetar uma estufa é fundamental que o produtor situado em regiões de alta irradiância, possua um projeto que preconize o pé direito acima de 3,50m e com abertura zenital e em regiões de baixas temperaturas, além do pé direito e da abertura zenital adequada para o verão, faça a aplicação de cortinas laterais para o aumento da temperatura no inverno.
Nestes ambientes construídos, o monitoramento e o controle das temperaturas diurnas e noturnas são, dentre as variáveis microclimáticas supracitadas, as de maior importância para que o produtor consiga ganhos em termos de redução de ciclo, produção, produtividade e qualidade final de hortícolas e ornamentais.
O monitoramento da temperatura e da UR% pode ser realizado facilmente como uso de termo-higrômetros em pontos específicos nas estufas. O produtor ao perceber a necessidade de controlar a temperatura, por ultrapassar a temperatura ótima para a cultura implantada (específica para cada espécie, variedade ou cultivar), pode fazer uso de tecnologias como a aplicação de telas específicas. Ressalta-se que as telas de sombreamento podem reduzir em até 8 oC efeito indesejado de aumento de temperaturas nos ambientes de cultivo protegido, principalmente em regiões de alta irradiância (acima 80.000 Lux). Esta redução é favorecida pela menor taxa de conversão da radiação solar em calor nestes ambientes (uso de telas termoreflectivas).
Destaca-se ainda a existência de telas específicas (das quais possuem aditivos que desorientam insetos, como o pulgão e o tripes e filtram a radiação UVA e UVB), que possibilitam a redução da incidência de pragas e doenças e consequentemente, auxiliam no manejo fitossanitário de culturas como o tomate, pepino e o morango.
A aplicação de plásticos e telas com aditivos que atendam as características de fotoconversão, cuja seleção de comprimentos de onda nas faixas azul e vermelha é prioritária, focará no ganho de biomassa, e consequentemente, ganhos em produtividade e qualidade na colheita e pós-colheita.
É de primordial importância destacar que tecnologias assim, via de regra, são as mais utilizadas devido ao menor custo comparativo das demais tecnologias ofertadas, tais como os sistemas de nebulização e ventilação forçada, que também são alternativas importantes para o controle microclimático no ambiente de cultivo protegido.
Já a aplicação de iluminação artificial para controle fotoperiódico e de sistema de resfriamento evaporativo, do qual também é conhecido como sistema “Pad and fan” pode ser uma alternativa viável em cultivos em casa de vegetação de alta tecnologia, com culturas de maior valor agregado como as ornamentais.
Quando as variáveis microclimáticas restringirem a produção e a qualidade de uma cultura no ambiente de cultivo protegido, a implantação destas tecnologias é uma escolha importante a ser feita.
Glaucio da Cruz Genúncio – Dr. em nutrição mineral de plantas