HG NEWS: MANEJO DA TRIPES EM CULTIVO HIDROPÔNICO DE ALFACE
Produtores de várias regiões do Brasil estão enfrentando um desafio crescente neste mês de outubro: o aumento na incidência de tripes. Controlar essa praga é fundamental para o desempenho do cultivo hidropônico de alface, afetando significativamente a produção em ambientes protegidos, especialmente durante o período de maior expectativa de rentabilidade para os produtores.
Destaca-se que esta praga pode afetar a produção de alface hidropônica em mais de 70%, causado perdas diretas, por danos físicos e fisiológicos e indiretas, por ser vetor do Tospovírus (vira-cabeça); os sintomas diretos característicos são: amarelecimento desuniforme da folha, causado em função do surgimento de manchas cloróticas, além de um aspecto prateado ao se colocar a folha contra a luz solar.
Já os sintomas indiretos são caracterizados pela presença de lesões de coloração marrom e, consequente, bronzeamento nas folhas, além do atrofiamento do meristema apical, em função de lesões necróticas formadas (planta curvada); favorecendo, assim, a uma redução no crescimento vegetativo e perda de produtividade no cultivo e qualidade visual da planta.
Pertencente a ordem Thysanoptera, no Brasil quatro espécies de tripes: Frankliniella occidentalis, Frankliniella schultzei, Thrips palmi e Thrips tabaci atacam a alface hidropônica.
Um fator importante a ser observado desta praga é o seu ciclo de vida, por ter quatro fases (ovo, larva, pupa e adultos). A fase de ovo dura quatro dias, a fase de larva (1o e 2o instar) dura dois dias cada, totalizando quatro dias; já a fase de pupa (pré-pupa e pupa) dura três dias e, a fase do inseto adulto dura treze dias.
Com isso, o ciclo se fecha com vinte e quatro dias; do qual é considerado um ciclo relativamente curto e perigoso, por trazer consequências importantes a cultura, como uma elevada taxa de proliferação, dificuldades de controle devido às diferentes fases, principalmente nas fases iniciais, e alta transmissividade do vírus a partir da fase larval e da presença de fonte de inóculo (planta infectada).
É importante que o produtor tenha o conhecimento de cada fase e, que a fase de pupa é uma fase referencial para o controle da doença, pois ao se interromper o ciclo nesta fase, o controle da praga torna-se mais efetivo. Mas como esta fase é no solo, este será um ponto de controle a ser considerado.
Atualmente defende-se várias frentes para este efetivo controle, uma delas é o uso de ráfia de solo, por ser uma barreira física para a fase de pupa. A aplicação de herbicidas associados ao uso de carbonato de cálcio (calcário) já vem sendo observado por alguns produtores. Por outro lado, a aplicação de defensivos registrados para a cultura e para o controle de tripes na fase de pupa, ou seja, no solo são também recomendáveis, desde que se tenha o acompanhamento técnico de um agrônomo.
Um fator de destaque para o controle da pupa no solo é a recomendação do controle biológico, através do uso do ácaro predador Stratiolaelaps scimitus, o qual se alimenta da tripes tanto na fase de pré-pupa, quanto de pupa (solo). Como manejo biológico efetivo, o uso do ácaro predador é associado ao uso de Orius insidiosus, que é percevejo predador que atua predando as ninfas na parte aérea das plantas (fase aérea).
Vale ressaltar que a praga tem como hábito a oviposição nos tecidos foliares, assim, a associação de controle nas fases solo e na planta é importante, seja ele químico ou biológico, para se quebrar o ciclo de vida da praga.
Além disso, para se ter o real dimensionamento do nível de dano econômico, o monitoramento da praga como uso de armadilhas com cola entomológica é de fundamental importância para a tomada de decisão do manejo integrado da praga.
Esperamos que tenham gostado das informações deste Hidrogood News e até o próximo!
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