Polinização do tomateiro em sistema hidropônico
A produtividade do tomateiro está intrinsicamente ligada a uma alta taxa de polinização e pegamento das flores. Assim, objetiva-se neste Hidrogood News abordar os principais fatores que afetam a polinização das flores do tomateiro e, consequentemente, a partir deste conhecimento, gerar a garantia de altas produtividades desta cultura de alta rentabilidade na hidroponia.
As plantas do tomateiro podem ser polinizadas de duas formas: autopolinização e por polinização cruzada. Assim, para a escolha na adoção de técnicas que aumentem a taxa de polinização e pegamento de flores e frutos desta cultura é importante para a definição da principal forma de manejo a ser adotado.
Algo muito empregado no exterior é a polinização cruzada, dada a partir do uso de abelhas cuja espécie recomendada é a Bombus terrestris, por ser mais adequada ao uso em cultivo protegido nas condições microclimáticas de Almeria, Espanha. Ressalta-se ainda que o uso desta tecnologia objetiva ao um aumento da produtividade, assim como a um maior pegamento, calibre, coloração, sólidos solúveis totais e shelf life dos frutos do tomateiro cultivados em estufas.
No Brasil, a comercialização de polinizadores é incipiente, quando comparada a da Espanha, entretanto pesquisas realizadas com o objetivando a busca de polinizadores naturais direcionam para alguns grupos taxonômicos de abelhas de ocorrência natural e que se apresentam eficientes na polinização do tomateiro, das quais seguem – por grupos taxonômicos: Exomalopsini Augochlorini, Bombini Xylocopini, Euglossini, Centridini, Oxaeini e Meliponini, cujas principais espécies representantes destes distintos grupos são: Exomalopsis analis e Exomalopsis auropilosa; Augochloropsis spp; Bombus morio e Bombus pauloensis; Xylocopa frontalis e Xylocopa nigrocincta; Eulaema nigrita; Centris aenea e Centris fuscata; Oxaea flavescens e Melipona quadeifasciata, respectivamente.
A importância do conhecimento de grupos taxonômicos e de espécies é a possibilidade do produtor em buscar mecanismos que favoreçam à uma proliferação de abelhas dentro da estufa e em seu entorno.
Seguindo-se esta ideia, algo muito utilizado é o plantio de plantas atrativas de abelhas fora da estufa que atraiam espécies do grupo supracitado, tais como: Lamiaceae (Leonurus sibiricus), Asteraceae (Bidens pilosa; Emilia sonchifolia), Solanaceae (Solanum aculeatissimum; S. americanum) e Convolvulaceae (Ipomoea cairica). Além da inserção de colmeias dentro da estufa, visando a uma maior eficiência da polinização.
Algo relevante é que a ação das abelhas na polinização do tomateiro é por vibração, a qual possibilita a liberação do pólen e, posterior fecundação da flor hermafrodita (flor perfeita).
Este tipo de ação explica uma prática cultural muito utilizada no cultivo em estufa, que é a indução da polinização do tomateiro a partir da vibração do tutoramento (arame), ou seja, o produtor bate no arame para que ocorra a vibração e, consequentemente, aumentando a probabilidade de polinização (neste caso, maior taxa de autopolinização) no sistema de cultivo.
Uma outra prática adotada é o uso de soprador de vento, pois o vento favorece a vibração e, consequentemente, a polinização do tomateiro nestes ambientes.
Por outro lado, estudos recentes demonstram uma maior eficiência de polinização a partir da introdução de colmeias nos ambientes de cultivo protegido e, especificamente, a espécie Melipona quadrifasciata demonstrou-se mais eficiente na polinização, gerando uma alta produtividade do tomateiro em cultivos hidropônicos.
Espero que tenham gostado desta edição do Hidrogood News e, até a próxima.
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