Alta incidência de oídio em alface hidropônica
O oídio (Oidium sp.) vem, gradativamente, se tornando uma das principais doenças foliares dos cultivos em ambiente protegido e hidropônico.
Ressalta-se um aumento de sua severidade em diversas hidroponias no Brasil, com destaque para as regiões produtivas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de janeiro.
O fungo caracteriza-se por ser uma forma anamórfica de Erysiphe cichoracearum (Silva & Lima Neto, 2007). Sua presença pode ser detectada a partir de um “pó branco” na parte de cima da folha, o qual representa as estruturas do patógeno (Micélio, conidióforos e conídios), sendo a sua severidade constatada a partir da clorose das folhas mais basais.
Com o avanço da doença pode-se observar uma redução do crescimento, ampliação do ciclo, menor número de folhas e maior necessidade de limpeza na colheita com consequentes prejuízos em produção e produtividade.
Sua incidência dar-se a partir de temperaturas frias a amenas (atualmente pode-se observar sua incidência em todo o ano agrícola) e reduzida umidade relativa do ar, com maior incidência entre inverno e primavera. Em regiões onde a UR% é reduzida existe a possibilidade de maior severidade da doença, porém, o uso de cultivo protegido é um fator que reduz a umidade no interior das estufas. A disseminação desta doença é pelo vento, pela colheita (homem) e contato direto entre plantas.
Como forma de controle é recomendada o uso de dióxido de cloro na limpeza das bancadas após colheita, além da aplicação de fosfito e silicato de potássio e kaligreen. Não é recomendado o uso de enxofre elementar (queimadores) para o controle desta doença em cultivo protegido, por reduzir a vida útil dos perfis, plásticos e telas de sombreamento.
O uso de fungicidas registrados para a cultura deve ser a partir da recomendação técnica de um profissional responsável, ou seja, por um Engenheiro Agrônomo.
Alguns produtores vêm manejando de forma eficaz o sistema de nebulização, assim, com o aumento da umidade na estufa, induz-se a uma redução do ataque da doença, entretanto, este manejo pode induzir ao ataque de míldio (Bremia lactucae), assim como tip burn ou queima de bordas.
Com isso, é sempre válido realizar o monitoramento da doença e caso seja constatada a sua incidência, a recomendação é o controle efetivo, visando à manutenção da doença abaixo do seu nível de dano econômico.