Hidrogood News: Uso de agentes polinizadores na produção de tomates em hidroponia no cultivo protegido
A introdução de agentes polinizadores dentro da estufa agrícola aumenta a produção e produtividade do tomateiro.
A polinização é um processo de ocorrência natural, em que as plantas se reproduzem e pode ocorrer de diferentes formas e com a ajuda de diferentes agentes, como a água e o vento ou os animais, entre eles o próprio homem, morcegos, aves e insetos – principalmente as abelhas.
Trata-se de uma reprodução sexuada, ou seja, existe a necessidade de se ter um doador (flor masculina) e um receptor (flor feminina). As partes femininas e masculinas podem estar presentes na mesma planta, mas em flores diferentes, ou separadas em plantas diferentes.
Há ainda as plantas hermafroditas, na qual as partes masculinas e femininas se encontram na mesma flor – que é o caso do tomateiro, uma planta com inflorescências e com flores hermafroditas.
Independente disso, para a polinização, é indispensável a ação de um agente polinizador, para garantir a fecundação dos gametas femininos para a formação de frutos.
O tomateiro é um caso interessante pois são capazes de autopolinizar, não dependendo do pólen de outras plantas. Apesar disso, uma “ajudinha” na polinização garante maior produção e mais produtividade – sem contar na melhor qualidade de fruto para o tomateiro em cultivos protegidos e hidropônicos.
No Brasil, de forma geral, utiliza-se a polinização mecânica, com o uso do soprador (vento como polinizador principal) ou ação mecânica propriamente dita, com um pequeno toque no arame de tutoramento no decorrer do estádio reprodutivo de floração realizada pelo produtor, viabilizando o método vibracional (importante para a liberação do pólen).
Esta técnica vibracional para plantas de tomateiro com crescimento indeterminado pode perdurar por mais de oito meses, entre os estádios de ocorrência simultânea: a floração e a frutificação. Porém, em função do déficit de mão de obra no campo, este trabalho pode se tornar escasso e muito oneroso.
Uma outra forma de induzir a polinização, é a introdução de agentes polinizadores naturais nas estufas agrícolas, com grande destaque para as abelhas. Para a garantia de sucesso, é necessário o conhecimento da biologia dos polinizadores, assim como o uso adequado de defensivos, para que não afete o ciclo de vida do animal.
Ao escolher a espécie mais adequada é preciso estar atento!
As abelhas melíferas (Apis melífera), por exemplo, não apresentam potencial vibracional na flor (liberação do pólen) e em função disto, não são muito eficientes na polinização do tomateiro. Por outro lado, a abelha mandaçaia (Melipona quadrifasciata) apresenta-se bastante eficaz nesta tarefa, de forma comparativa.
Assim, a partir de estudos de vários pesquisadores de abelhas, visando a indicação destes insetos para a polinização do tomateiro em estufa, alguns grupos se destacam como os principais gêneros de abelhas para a aplicação de polinização em estufas agrícolas plantadas com tomate, dentre eles estão: Exomalopsis, Augochloropsis, Centris, Xylocopa e Bombus.
Este último gênero Bombus (espécie – Bombus terrestres) ganhou muito destaque por sua ampla utilização na polinização de tomateiro em cultivo protegido na região no sul da Espanha, conhecida com Almería. Por lá, a espécie é comercializada em colmeias.
Já no Brasil, para a formação de colmeias, o produtor deve fazer captura, seleção e colonização de um dos gêneros supracitados.
Esperamos que tenham gostado desta edição do Hidrogood News e até o próximo!
Por Dr. Gláucio da Cruz Genuncio, especialista em Nutrição Mineral de plantas.
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