Hidrogood News: Rastreabilidade na produção hidropônica
A rastreabilidade é uma realidade na pecuária há muitos anos, que permite detectar a origem e acompanhar a movimentação de um produto ao longo da cadeia produtiva. Agora, produtores hidropônicos também já aplicam a rastreabilidade no seu negócio
A rastreabilidade é definida pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como um conjunto de procedimentos que permite detectar a origem e acompanhar a movimentação de um produto ao longo da cadeia produtiva, mediante elementos informativos e documentos registrados.
Esse procedimento já era algo amplamente utilizado na pecuária, fornecendo informações sobre a distribuição dos produtos e seus derivados para os donos dos animais e seus compradores.
Em 2018, a rastreabilidade foi ampliada para o setor de frutas, verduras e hortaliças (FLV). O MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e a ANVISA publicaram a Instrução Normativa Conjunta nº 2, que estabeleceu para que esse setor se adequasse aos prepostos da rastreabilidade. Porém, com a pandemia, os prazos foram alterados.
Em alguns estados brasileiros, com São Paulo, a rastreabilidade já é uma realidade para os produtores hidropônicos.
Neste Hidrogood News, você confere pontos importantes quanto a rastreabilidade de hortaliças em cultivo hidropônico.
Sendo que este conjunto de informações obrigatórias tem por premissa descrever, de forma objetiva, a origem e o destino do produto. Além disso, é importante que seu fluxo contenha informações do produtor para o consumidor.
Com a rastreabilidade é possível monitorar:
- O controle do destino do produto;
- A identificação do produto vegetal e do seu fornecedor;
- A diferenciação mercadológica;
- A identificação das características qualitativas;
- A causa de problemas e a necessidade de aplicação de medidas corretivas, a partir do uso do caderno de campo;
- A qualidade do produto e, consequentemente, a diminuição das perdas ao longo de toda a cadeia produtiva, que podem chegar a 25% do total da hortaliça produzida e comercializada.
Um dado decisivo para a implementação da rastreabilidade é o efetivo conhecimento da cadeia produtiva da hortaliça hidropônica, que dar-se pelo conhecimento do fluxo de produção, que permeia desde a origem ao consumo final.
No decorrer desta cadeia, há alguns pontos a serem avaliados são de extrema importância, tais como: armazenamento, embalagem, transporte, distribuição e comercialização.
Para efeitos de fiscalização, devemos destacar que o MAPA fiscaliza a parte de campo, inseridos tanto nos centros de distribuição, beneficiadores quanto nos packing houses.
Essa informação é muito importante, pois dada a característica da cadeia produtiva da hidroponia, geralmente, o produtor tecnificado tem em mãos o controle da produção a campo até o packing house. Assim, ele estará sujeito a fiscalização em quaisquer etapas desta cadeia.
Por outro lado, a ANVISA é responsável pela fiscalização no consumidor final, onde coletará o produto visando a constatação da presença de resíduos de agrotóxicos.
Um quesito de extrema importância para a adequação quanto a rastreabilidade é o atendimento da INC 2/2018 quanto a correta rotulagem do produto. Sendo está definida como uma ferramenta de rastreabilidade essencial.
De acordo com INC, tanto os produtos hidropônicos devem estar rigorosamente identificados possibilitando ao acesso às informações obrigatórias e documentais impostas pela INC. Uma forma de acesso usual a tais informações é pelo uso do QR Code.
Em específico, o conjunto de informações básicas a serem atendidas na rotulagem é a identificação do responsável, contendo o nome, CPF ou CNPJ, endereço, CEP, município, estado e país, além da inscrição do produtor; a coordenada geográfica da propriedade, além de informações do produto, tais como: nome, cultivar; informações de lote contendo data de produção e validade, assim como, quantidade do produto produzido, peso líquido, origem do produto ou identificação de origem perfazem o conjunto de informações obrigatórias.
O código de barras, em específico, já está inserido na comercialização hidropônica, assim é algo que faz parte do cotidiano de vários produtores hidropônicos no Brasil.
Por fim, e segundo a ANVISA, a justificava da necessidade de se rastrear os produtos hidropônicos é a de: “fortalecer a regulamentação e tornar a rastreabilidade das hortaliças uma prática efetiva, entre outros benefícios para a cadeia como um todo; permitindo assim, que os órgãos identifiquem o alimento com risco de contaminação com resíduos de agrotóxico, além de outras irregularidades, garantindo a intervenção com medidas e ações de controle dos perigos e socioeducativas, contribuindo não só para a redução do uso de agrotóxico, mas também para a garantia de uma alimentação saudável, segura e eficaz”.
Por parte do produtor, a rastreabilidade tem, por premissa, a garantia de qualidade do produto e, consequente, agregação de valor ao mesmo, além da confiabilidade a marca perante os seus consumidores.
Espero que vocês tenham gostado desta edição do Hidrogood News e até a próxima edição.
Por Dr. Gláucio da Cruz Genuncio, especialista em Nutrição Mineral de plantas.
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