O que são defensivos biológicos, como usar e quais os benefícios?
Os inimigos existentes em todas as formas de cultivo de plantas na hidroponia, seja insetos, fungos ou bactérias, têm cada vez mais sendo controlados através dos defensivos biológicos, criando alimentos cada vez mais saudáveis para o consumo. É bom salientar que esses produtos são aplicados preventivamente para evitar a entrada, pois de maneira curativa às vezes não eliminam 100% das pragas e doenças presentes nas culturas hidropônicas. Assim, o nível de residual químico em sua produção para a venda é drasticamente reduzido e esta economia faz aumentar a sua receita.
Para que tenhamos sucesso na produção de nossas culturas hidropônicas, 3 fatores são determinantes para isso e que não podemos negligenciar:
– o microambiente da hidroponia;
– o hospedeiro (produto da cultura hidropônica).
– o controle de pragas e doenças;
Podemos citar situações que podem acarretar em danos consideráveis na produção da sua cultura. Na questão do microambiente, as altas temperaturas são um agravante para a criação de doenças predominantes da hidroponia como a Pythium (fungo responsável por lesões nas raízes e tombamento das plantas).
Outro exemplo é um hospedeiro; neste caso plantas com raízes mortas causadas pela ausência de oxigenação (conhecido como hipóxia). Esses danos nos cultivos, são acarretados quando a temperatura da solução nutritiva ultrapassa os 30o e diminui a taxa de oxigênio dissolvido na água, uma das causas é a baixa vazão dos injetores ou declividade muito pequena das bancadas.
Há vários procedimentos conhecidos para o controle de pragas – armadilhas, manejo de chão, defensivos químicos. O uso de defensivos biológicos tem se mostrado uma tendência crescente entre produtores, muitos destes inclusive realizando sua própria produção de microrganismos eficientes.
Os chamados probióticos são microorganismos como bactérias, fungos, algas unicelulares (celulares), ou vírus, viróides e prions (acelulares), que podem ser aplicados no cultivo e promovem diversos benefícios, muito além de somente um controle biológico, como:
– Fixação do nitrogênio
– Disponibilidade de nutrientes
– Aumento da área foliar
– Aumento da altura da planta
– Aumento do diâmetro do caule
– Aumento no número de folhas
– Redução do tempo de aclimatização
– Rápida germinação
– Maior sobrevivência de mudas
– Aumento de produtividade
Como defensivos especificamente, são eficazes, por exemplo, na prevenção de lagartas, insetos como a vaquinha, a mosca branca e o percevejo, e na prevenção e combate de doenças foliares (manchas, ferrugem, etc).
Alguns produtores estão optando pela fabricação “on farm” de biodefensivos caseiros, por serem eficientes e de baixo custo, mas a Embrapa sinaliza a exigência de cuidados e pretende regulamentar o uso desse produto caseiro. Já os produtores se amparam na lei dos orgânicos, onde é permitido a produção de insumos agrícolas de uso e fabricação própria.
Um dado interessante é que, nos últimos 5 anos, o setor privado segue investindo na produção de defensivos biológicos, tendo como arcabouço as pesquisas nesse ramo.
Esse impacto humano tem seus prós, como o impacto cada vez menor no meio ambiente, redução de resíduos, contaminação no trabalhador (por isso a constante necessidade de EPI´s nesse trabalho). Os contras são o alto custo desses produtos (comercializados, não os de produção própria) e a dificuldade de aquisição dos mesmos. Assim, para se ter sucesso na adoção do sistema hidropônico é necessário tomar medidas cautelares e orientadas por profissionais qualificados e especializados.
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