Hidrogood News: Técnicas para controle de microclima em estufa agrícola
Por: Dr. Gláucio da Cruz Genuncio, especialista em Nutrição Mineral de plantas.
O monitoramento do microclima é um fator diferencial para a obtenção de ganhos produtivos tanto em atividades agrícolas (hidroponia, por exemplo) quanto na criação de animais (avicultura, por exemplo). Assim, a adequação do ambiente local (microclima), considerando as variáveis que influenciam um acréscimo em produção e produtividade no cultivo de hortaliças, carece da geração e da adoção de técnicas e tecnologias eficazes para a monitorização e controle de alguns fatores que propiciem um adequado desenvolvimento das plantas hortícolas.
Neste contexto, este Hidrogood News objetiva o debate da importância da adoção de técnicas que ajudem na adequação da hidroponia quanto a diferentes microclimas gerados em estufas agrícolas em função do clima local. Cabe aqui ressaltar que a abordagem será em função de técnicas acessíveis aos produtores hidropônicos, em função da garantia de respostas que fundamentem um adequado retorno econômico do investimento.
Um fator ao qual considero como o principal impacto na produção é a temperatura do ambiente. Se considerarmos que a temperatura ideal do cultivo da maioria das plantas hidropônicas é a de 25o C, assim como, por estarmos em uma situação de clima tropical, parte significativa das estufas agrícolas apresentam excesso de temperatura no Brasil.
O excesso de temperatura em uma estufa agrícola dar-se pela conversão de energia radiante (luz solar em calor), assim, uma estufa construídas com laterais (pé-direito) contendo altura acima de quatro metros, além de técnicas que favoreçam a troca deste calor como o uso de lanternim, abertura superior do plástico (lançamento da Hidrogood), formato da estufa (Gótico, por exemplo) e posicionamento adequado da estufa na área com favorecimento de ventilação natural são técnicas e tecnologias que devem ser pesquisadas, avaliadas e, se possível, implantadas visando a melhoria do microclima da estufa.
A adoção destas técnicas (que podem ser na construção, como as supracitadas), assim como a implantação de malhas móveis (talvez no decorrer da produção, por exemplo), sendo de abertura automatizada ou manual e nebulização são técnicas que influenciam positivamente na produção e produtividade de hortaliças hidropônicas e que farão a diferença no cultivo de plantas em ambientes com temperaturas elevadas.
Uma das grandes diferenças entre cultivar em cinturões verdes e locais próximos aos centros urbanos, principalmente os que estão ao nível do mar, seria a variação de temperatura em função da altitude local (gradiente térmico). Cabe ressaltar que a cada 100 m de altura, a temperatura média local abaixa 1 oC, assim, em locais com altitude acima de 600 m, constata-se a redução em temperatura em torno de 6 oC. Por outro lado, o uso de malhas móveis em estufas agrícolas, como a malha refletiva (aluminizada), pode garantir uma redução de ate 8 oC nestes mesmos ambientes de cultivo.
Associadas a essas tecnologias, tem o uso de perfis hidropônicos com tecnologia para reduzir o aquecimento, tais como os perfis coextrusados, como uma camada preta coextrusada e uma camada branca externa, o que garante um menor aquecimento da solução nutritiva, em função da incidência da radiação solar na superfície destes perfis e consequentemente aquecimento.
Apesar da recorrente preocupação do fornecimento adequado da nutrição da planta via solução nutritiva, a visão do hidroponista deve ser amplificada, a qual deve conter o pleno entendimento que a garantia de produtividades máximas na hidroponia se baseia na interação do manejo ambiental (microclima), com o manejo nutricional, manejo fitossanitário e do uso de plantas tropicalizadas.
Desta forma, recomendamos uma pesquisa do microclima local para que estas informações coletadas formem a base de conhecimento para a definição de um projeto mais adequado ao sistema hidropônico almejado.
Espero que tenham gostado deste Hidrogood News e até o próximo!