Por que devemos analisar a água utilizada em hidroponia?
Em hidroponia, sabemos que a solução nutritiva é a fonte de nutrientes para as plantas, pois é através da qualidade desta solução que se garante o desenvolvimento pleno e saudável das culturas. Mas, tão importante quanto utilizar produtos de boa qualidade e garantir o alto grau de pureza e solubilidade dos fertilizantes, é fazer a análise da água que será usada na mistura, afinal, ela é indispensável na hidroponia.
Possíveis fontes de água
Na técnica hidropônica é recomendado a utilização de água potável proveniente de poço artesiano, água recolhida de chuvas, de superfície e água urbana, mas o produtor deve conhecer as suas propriedades físicas, químicas e microbiológicas, além de verificar se há algum agente que possa limitar o cultivo das plantas.
Existem laboratórios que estão acostumados a fazer análises voltadas especialmente à hidroponia e com um custo baixo. Essa análise vai determinar o manejo a ser adotado nas tarefas diárias e na confecção da solução nutritiva, mas, quanto melhor a qualidade da água, menos suscetíveis à problemas nutricionais e doenças estará o cultivo.
Mas, o que deve ser analisado?
Para saber se a água está propensa para uso hidropônico, deve-se saber a quantidade de nutrientes presentes na água e a salinidade. Além disso, fazendo a análise é possível identificar a presença de coliformes fecais e de patógenos que poderão prejudicar bastante a produção. Também deve-se analisar os seguintes parâmetros: carbonatos, sulfatos, cloretos, sódio, ferro, cálcio, magnésio e micronutrientes (Cl ativo, Mn, Mo, B, Zn, Cu).
Além disso, é preciso analisar a condutividade elétrica da água e o pH. O recomendado é que a CE não seja superior a 0,5 mS.cm-1 e o pH próximo de 7,0 e, caso a água apresente cálcio e magnésio, podem ser aproveitados na solução nutritiva, basta descontar do cálculo. Já altos níveis de cloreto de sódio podem apresentar riscos, principalmente para culturas mais sensíveis como alface e morango, já o tomate é mais tolerante a salinidade.
Mas é claro que as características físico-químicas da água variam de região para região e apresentam parâmetros que podem interferir na qualidade da solução nutritiva. Por exemplo, uma água com teor de cloreto de sódio (NaCl) acima de 50 ppm (50g/1000l) causa problemas de fitotoxidez e pode inviabilizar o seu uso. Já com uma água dura (com elevado teor de íons carbonatos, HCO3) poderá haver problemas de elevação do pH e indisponibilização de ferro adicionado à solução.
É mais do que óbvio que o produtor deve fazer uma análise minuciosa da água antes mesmo de iniciar a produção. Além de, também, manter com frequência o monitoramento químico, dessa forma as perdas e prejuízos serão minimizados.
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